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A Enfermagem merece mais que aplausos: merece dignidade

23 de maio de 2019
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O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) acaba de lançar a campanha da Semana da Enfermagem 2020, que acontece anualmente de 12 a 20 de maio. A campanha, que está sendo amplamente divulgada nas redes sociais e emissoras de rádio e TV, convida toda a sociedade a refletir sobre as dificuldades enfrentadas pela categoria durante a pandemia da COVID-19, e a importância da vida e integridade dos profissionais.

A Semana da Enfermagem 2020 reforça ainda que, além de aplausos, os profissionais da Enfermagem merecem mais dignidade, reconhecimento e protagonismo através de investimentos, melhores condições de trabalho, educação e desenvolvimento profissional.

Infelizmente, os números da pandemia assustam e não permitem comemorações. Profissionais de Enfermagem do Brasil inteiro que atuam na linha de frente no tratamento a pacientes com a COVID-19 sofrem com a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) tanto em hospitais públicos quanto em hospitais privados. 

Mais de 10 mil profissionais já foram afastados por suspeita e confirmação de COVID- 19

Já são mais de 10 mil enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem afastados pela doença no Brasil, com 94 óbitos associados à doença —  conforme a última atualização do Gabinete de Crise do Cofen. As mortes são mais que o dobro do número absoluto registrado entre profissionais de Enfermagem na Itália, primeiro epicentro do novo coronavírus no Ocidente.

Para o presidente do Cofen, Manoel Neri, além da falta de EPIs outros fatores contribuem para os altos índices de contaminação entre os profissionais de Enfermagem. “A falta de treinamento nas equipes e a escassez dos EPIs contribuem para o crescimento de casos na categoria. A maioria dos óbitos são de profissionais que estão no grupo de risco ou que possuem alguma comorbidade, e aqueles que tem mais de 60 anos e continuam na linha de frente do enfrentamento à doença”, afirma.

O Gabinete de Crise acompanha diariamente os impactos da pandemia nos profissionais de Enfermagem. O objetivo é colher informações para direcionar as ações do Sistema Cofen/Conselhos Regionais, monitorar os dados epidemiológicos e os EPIs em cada estado, dentre outras ações.

O coordenador do Comitê Gestor de Crise, Walkírio Almeida, destaca que os dados do observatório são apenas “a ponta do iceberg”. “Nosso compromisso é com a transparência nos dados, que podem auxiliar as secretarias de Saúde na definição de políticas públicas. Eles servem como base também para que nós façamos recomendações técnicas, não só ao presidente do Cofen, mas também aos presidentes de todos os Conselhos Regionais e aos serviços de Enfermagem, refletindo o quadro epidemiológico verificado”, explicou Walkírio.

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Fonte: Portal da Enfermagem

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